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Scorpions Bootlegs: Fly To The Rainbow

04 December 2009

Fly To The Rainbow

fly_to_the_rainbow        Após o lançamento de Lonesome Crow, o Scorpions decidiu cair na estrada.
Ainda não era fácil arrumar shows para a banda, mas os alemães se esforçavam. Bem, na verdade, nem todos... Rudolf estava bastante animado, e mesmo já estando casado e já tendo um filho, queria apostar todas suas fichas na banda. Ele incentivava muito Klaus Meine, mas não conseguia o mesmo resultado com o baterista Wolfgang Dziony, que não estava disposto a se dedicar exclusivamente ao Scorpions. Dziony acabou deixando a banda, o mesmo fazendo o baixista Lothar Heimberg, pouco depois. Não muito mais tarde, foi a vez da estrela da banda, Michael Schenker, sair. Ele, pelo menos, tinha um bom motivo, já que havia sido convidado para tocar no UFO, banda que já tinha lançado dois álbuns (UFO e UFO 2 – Flying One Hour) e que já era bem mais conhecida na Europa.
    Foi o próprio Michael quem, entretanto, indicou à banda o seu sucessor, o talentoso Ulrich Roth.
Ulrich, à época, tocava em uma banda chamada Dawn Road, e tinha como parceiros Francis Buchholz (baixo), Achim Kirschning (teclado) e Jürgen Rosenthal (bateria).
 Depois de alguma conversa, as duas bandas se fundem, mantendo o nome Scorpions, uma vez que esta banda já tinha um álbum lançado, e o Dawn Road ainda não.
    
  A saída de Michael e a entrada de Ulrich, que mais       tarde viria a ser conhecido como Uli Jon Roth, proporcionou mudanças na sonoridade da banda, mas uma coisa permaneceu: se antes as músicas giravam em torno dos solos de Michael, agora elas pareciam girar em torno das melodias e solos de Uli.
Mas não era para menos. Uli era um fantástico guitarrista e um excepcional compositor. Para muitos, era ainda melhor do que o genial Michael Schenker.Tendo começado a tocar aos treze anos, Uli tinha como influências principais a música clássica e, claro, Jimi Hendrix. Poucos imaginavam, à época, que ele viria a se tornar grande influência para diversos outros ótimos guitarristas.history1974
 
Embora Fly To The Rainbow comece com Speedy´s Coming, que talvez represente os primeiros passos de Scorpions em direção ao Hard/Heavy rock, tanto pela voz rasgada de Meine, pela levada rápida da bateria, e mesmo pelos timbres das guitarras, cortantes    já no primeiro acorde, o disco não segue o mesmo padrão nas  músicas seguintes. É interessante como essa música parece meio  fora de lugar no álbum. Se o Scorpions é uma das maiores máquinas produtoras de hard rock, Speedy´s Coming é o seu Hard Rock número 01, o protótipo de todas demais músicas que a banda criaria nesse estilo. Até na letra, Speedy´s Coming já é uma típica música de Hard Rock, já que fala sobre...garotas. Aliás, sobre uma garota específica, que fica em seu quarto, cheio de posters de seus rock stars favoritos (Alice Cooper, Ringo Star, David Bowe), esperando pelo show de seu maior ídolo, que parece (em seus pensamentos) convidá-la para ir vê-lo, para ir correndo vê-lo.
A partir da segunda música, o álbum assume um estilo diferente, que se mantém até a faixa que encerra o disco.

They Need A Million já possui uma letra mais séria, onde o autor (Meine) parece olhar para a velha sociedade, correndo desesperada atrás dos milhões, e dos bilhões... mas ele então percebe que essas pessoas são as mais pobres, porque enquanto correm o tempo todo, desesperadas, não percebem, não vêem o mundo e a vida que ele vê, que ele sente, mesmo sem dinheiro. E ele se sente bem. Apenas com as coisas simples da vida, ele se sente bem.
They Need A Million tem uma bela introdução acústica, tocada no violão por Rudolf, com alguma influência da música Flamenca. Rudy, aliás, também se encarrega do vocal principal nesta música. Muitos pensam que é Uli quem canta as partes principais, mas não, é o próprio Rudy, com Klaus fazendo “backrounds”, com maestria, diga-se de passagem.

A terceira faixa é Drifting Sun. Aqui, Uli brilha pela primeira vez. Em seu instrumento, faz solos cheios de feeling, e que dão corpo à música. Cada vez que ele termina uma frase em sua guitarra você já fica esperando a próxima. Mas ele também faz um ótimo trabalho como vocalista nesta música. Cantando no limite de sua voz, mas em perfeita harmonia com o instrumental da música. Rudolf, mais uma vez, dá o ar da graça, fazendo as partes “faladas” da música. Aliás, para dar à voz de Rudy uma maior dramaticidade, deixando-a mais acentuada, mas sem perder a harmonia com o instrumental, foi utilizado um amplificador conhecido como “Leslie Speaker Cabinet”, muito utilizado, à época, com os famosos (e clássicos) órgãos Hammond. É mesmo uma música daquelas músicas pra se ouvir com os olhos fechados.

Fly People Fly nos leva de volta ao arco-íris (Rainbow). Que melodia tem essa música!!! E que bela a interpretação de Klaus Meine. É uma balada, com certeza, mas muito diferente daquelas baladas românticas que fizeram sucesso a partir dos anos 80.
Ela é triste, densa e dramática como típico blues do Harlem. A guitarra de Uli, aqui, não aparece durante toda a música, mas quando seu solo finalmente aparece, ele vem de forma grandiosa, magistral!!! É, mais uma vez, como a cereja no alto do bolo. Perfeito! Só uma observação: há quem diga que é possível ouvir um erro de Francis nessa música. Eu não o encontrei ainda. E você?!

This Is My Song é rock and roll. Uma boa tocada, que leva o astral do disco um pouco mais pro alto. Essa música tem uma batida muito legal, que dá vontade que não chegue ao fim. Rudolf e Francis fazem um acompanhamento bem legal também. Não há nada de sensacional nessa música, que é, aliás, uma das canções menos trabalhadas e mais simples do álbum. Talvez por isso ela seja tão importante.
A sexta faixa é Far Away. Tem uma longa introdução, com cordas sendo dedilhadas enquanto Klaus Meine entoa uma bela melodia. Aliás, como Meine canta nessa música!!! Um dos grandes trabalhos vocais desse “frontman”! Mas, como não poderia ser diferente, Uli dá mais um show nessa música! Mas não podemos deixar de destacar que a melodia dessa música é um dos grandes trabalhos de Rudy nos anos 70.

Finalmente, o Grand Finale!!! A clássica (põe clássica nisso) faixa de encerramento: Fly To The Rainbow!!! Como essa música poderia não ser excepcional?! Composta por Michael Schenker e Uli é a união perfeita entre dois grandes guitarristas.  Essa longa música, de mais de nove minutos e meio de duração, se inicia com um belo trabalho acústico de Michael Schenker (sim, ele mesmo, embora não conste dos créditos). Depois, segue-se com as três guitarras em uma harmonia absolutamente perfeita. Entra então a voz dramática de Klaus Meine, fazendo seu show particular.Finalmente a música desacelera, para Uli recitar seus últimos versos. Mas, na verdade, a música toda é pura poesia!
Algumas curiosidades: Após a fusão entre o Scorpions e o Dawn Road, a banda começou a ensaiar. Porém, a Metronome Records, gravadora responsável pelo lançamento de Lonesome Crow, disse que não queria saber da banda sem Michael. Quando tudo parecia estar prestes a ir para vinagre, a banda se apresentou em um festival, com transmissão pela TV inclusive, em Lindau (Alemanha). Foi a sorte grande, pois lá estavam alguns representantes da RCA, que se interessaram pelo Scorpions e assinaram com a banda. Sorte a nossa, azar da Metronome, que mal sabia o quanto Scorpions cresceria com aquela formação.
Logo após o lançamento de Fly To The Rainbow, houve nova mudança de baterista, entrando o belga Rudy Lenners.
O produtor de Fly To The Rainbow foi Frank Bornemann, que mais tarde trabalhou com Sodom, Heaven´s Gate, Scanner e com sua banda, Eloy.
Fly To The Rainbow é considerado ainda o primeiro album de Power Metal da história.

 Texto escrito por Elton na comunidade do Orkut :Scorpions Oficial
Videos:

Speedy’s Coming


This is My Song -1973


Fly To The Rainbow -1979


1 comment:

Bruno R. said...

Um dos melhores discos dos SCORPS, com certeza. E também, infelizmente, não é dado o devido crédito a ele, pois foi o primeiro album de Power Metal da história.

Belo post!

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